Vestibular do ITA: paraenses são aprovados na etapa teórica, uma das seleções mais concorridas do país
23/12/2024
Estudantes revelam como se prepararam para a prova e qual foi a sensação ao saber do resultado, depois das tentativas de entrar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Paraenses passam na prova teórica do ITA, um dos vestibulares mais difíceis do país.
Arquivo Pessoal
Ao menos cinco paraenses estão entre os estudantes aprovados na etapa teórica do vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O g1 conversou com alguns deles para saber como é passar em um dos processos seletivos mais concorridos do país, com 9.781 candidatos e 180 aprovados.
Muitos estudantes saem do estado para estudar em instituições de ensino preparatórias em outras regiões, como em Fortaleza e em São Paulo. Um dos estudantes paraenses passou em Belém.
De acordo com o ITA, agora os estudantes ainda serão submetidos a uma nova etapa, compreendida como a terceira fase do processo seletivo.
Júlio Cézar Silva
Júlio Cézar Silva, 20 anos, de Ananindeua.
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O estudante de 20 anos é de Ananindeua, na região metropolitana de Belém. Ele fez a preparação nos últimos três anos, em um colégio particular em Fortaleza. Antes disso, ele já havia cursado turma militar em uma escola particular de Belém. Ele passou na quinta tentativa.
"O processo até a aprovação foi cheio de renúncias, disciplina, oração (de mim e de muitos por mim, em especial minha mãe), repetição, erros, reprovações, dedicação, saudade da família, mais renúncias, mais dedicação e mais disciplina", ele conta.
Júlio disse, ainda, que nas últimas semanas até o fim das provas precisou repetir dezenas de vezes a frase "eu preciso" a fim de conseguir levantar, tomar banho, ficar pronto e sair. "Com certeza, a constância e o equilíbrio emocional foram a chave para eu conquistar, enfim, a aprovação".
"Aprender algo é apenas questão de tempo se a gente tiver disposição plena e humildade para aprender. E eu sinceramente não consigo conceber essa conquista sem a minha família; seja pelas orações incessantes, pelo incentivo, por pegar no meu pé desde cedo, por sonhar comigo e por estar comigo das lágrimas da reprovação às lágrimas da aprovação".
Fellipe Bacelar
Fellipe Bacelar, estudante de Belém, aprovado no ITA.
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De Belém, o estudante fez a preparação na capital de origem. Depois de se formar no ensino médio em turma militar, ele fez dois anos de cursinho. Fez quatro vezes a prova. "Não foi uma preparação de um ano, claro. Os meus estudos desde o fundamental na Escola Rêgo Barros, no médio e ano passado no cursinho, todos geraram uma base sólida".
"Neste último ano, foquei mais em lapidar meus pontos fracos e resolver muitas e muitas questões. Nunca fui muito de ter alguma rotina, tinha mesmo uma meta de coisas a resolver no dia, entre teoria e prática".
Fellipe conta que a maior lição é a de persistência e foco. "Fui aprovado em outras instituições de muitíssimo prestígio, mas abri mão das vagas porque meu foco era passar no ITA, é o que eu queria".
"A vida é mesmo assim, penso, se o sonho é tão alto, o custo também deve ser. A conclusão desse esmero todo, a mim e a minha família, é a sonhada aprovação por que todos torciam".
Diego de Aquino Linhares
Diego de Aquino Linhares, estudante passa na etapa teórica do ITA.
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O estudante de 18 anos é de Belém do Pará, mas estudava no Distrito Federal. Passou na terceira tentativa, após ter feito tentativas quando estava no segundo e terceiro anos do ensino médio.
"Resumindo, foram muitas questões e muitos simulados de forma consistente, foi tijolo por tijolo a cada dia", revela.
Diego disse que o maior aprendizado dele no processo de preparação foi a paciência e a consistência na busca de um objetivo, "até que eventualmente ele seja alcançado".
"Essa conquista representa o fim de uma era e o começo de outra na minha vida e na vida da minha família, pois foram anos dedicados só para alcançar isso".
Rickelme Santiago
Paraense conquista vaga no ITA, um dos vestibulares mais concorridos do país.
Divulgação
O paraense de 22 anos fez seis vezes o processo seletivo tentando uma vaga. “Hoje vejo o quão longe estava de realizar meu sonho, não só por questão de conhecimento, que eu ainda não tinha, mas por estar muito longe de quem eu precisei me tornar para passar nesse vestibular".
"Meu eu de 6 anos atrás não imaginava o quanto cresceria nesse processo, o quanto que eu ressignificaria a cada ano o que era o ITA pra mim, virando um sonho leve de ser vivido”.
O estudante, que nasceu em Ananindeua, disse que o resultado obtido foi uma grande surpresa: “Eu tinha uma expectativa de quanto poderia tirar, mas me surpreendi porque nem nas melhores estimativas da minha nota eu ficava com uma média como a que eu fiquei".
"Vejo muito isso como um reflexo de um mantra que carreguei comigo durante esse ano, ele diz: quando é pra ser, tudo acontece a favor, e aquilo que é pra ser seu dá um jeito de chegar até você.”